Nossa proposta nasceu no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), como estágio especializado destinado à comunidade do entorno da universidade. Por causa da repercussão transcendeu o espaço do SPA tornando-se um projeto de extensão e de pesquisa CNPq. Emergindo da monografia e dissertação de mestrado de Vanessa da Cunha Magnan, orientada pela Pfrº Drº em Psicologia Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, que cunhou o nome Análise da Escolha Profissional (MAGNAN, 2010). Este trabalho foi premiado em 2010 com o I Prêmio de Graduação Fernando Sagarbí Lima.

 

Na proposta de Análise da Escolha Profissional (AEP), os termos análise e escolha substituem orientação e vocação presentes na tradição de Orientação Profissional e/ou Vocacional. Orientação apontando para uma atuação que direciona, na medida em que se conhece a verdade acerca do caminho que o outro deve seguir e vocação, que aponta para o caráter de determinação da escolha pela vocação, como algo que pode ser encontrado no interior do individuo. Mudar o nome marca que nossa posição em relação à escolha da profissão é outra. Nosso trabalho está alicerçado em uma fenomenologia hermenêutica, que significa em termos simples análise e escolha (FEIJOO, 2000). Referimos-nos a analise tal como o filósofo alemão Martin Heidegger, no seu sentido primeiro dado pelos gregos, qual seja o de tecer e destecer de uma trama. Tomamos escolha como o espaço de mobilidade possível dentro do horizonte histórico de possibilidades em que vivemos. Dessa forma nosso trabalho se dá em três momentos, que não necessariamente se dão nessa ordem: reconstrução, desconstrução e construção. Reconstruímos junto com o jovem os sentidos dados pelo horizonte histórico que vivenciamos e são assumidos como verdadeiros no momento da escolha profissional, desconstruímos esses sentidos consolidados do mundo para dar abertura a outras possibilidades e então, abrimos espaço para o jovem construir suas próprias referências em meio às determinações do mundo do trabalho (MAGNAN, 2010).